28/12/15

Bio Paladares - Receitas Bio para todas as Estações

 

Texto e receitas de Ana Paula Moreira
Fotografia de Jorge Barros
 

Um sopro de afectos


 

"Conheci a Ana Paula Moreira nos anos oitenta, quando ambas estávamos empenhadas num projecto de criar um jardim-de-infância Waldorf na zona de Lisboa, onde se pretendia implementar uma alimentação vegetariana, baseada em cereais, com produtos biológicos. Ela estava, então, envolvida na abertura, em Lisboa, de uma das primeiras padarias, com oferta de grande variedade de pão, incluindo o integral.
Acompanhei o seu percurso posterior, a ida para Inglaterra, onde aprofundou os saberes na área da nutrição. No seu restaurante, pude comprovar a capacidade de criar pratos em que, à harmonia entre os vários produtos, se juntava uma confecção e empratamento impecáveis.
Alegra-me, pois, que a Ana Paula tenha tomado a iniciativa de publicar este livro, onde partilha com todos nós os seus saberes na área de uma alimentação verdadeiramente ecológica. Espero que todos possamos usufruir as suas deliciosas e bem balanceadas receitas."

Manuela Tavares
Médica de medicina interna e antroposófica e, sobretudo, amiga.
 


"A vida agitada da cidade, a oferta de produtos variados e importados de toda a parte, levou à perda de ligação com a terra e com os ritmos das estações.
A minha herança gustativa obrigou-me à busca dos sabores que pudesse transmitir à minha filha. São estes que, modestamente, aqui vos transmito...
Assim, sugiro a utilização de produtos de agricultura biológica, pelas vantagens nutritivas, de sabor e conservação. Por serem produzidos em função da época do ano, são mais económicos e muito mais saborosos.
Apresento, também, algumas receitas vegetarianas básicas e simples e algumas de peixe e de carne, a pensar no que se pode encontrar nas lojas Bio.
No capítulo do pão, procuro facultar receitas que podem ser amassadas à mão ou na máquina doméstica de fazer pão, de modo a obterem sabor, textura e melhor conservação.

Ao longo de vários anos e com a entrada da minha filha no jardim-de-infância, comecei a elaborar ementas simples, com base em cereais e legumes. Este interesse levou-me, mais tarde, a fazer um seminário sobre alimentação ovolactovegetariana com Carlo Janowski, nutricionista, no Emerson College, em Inglaterra. Aí aprendi a fazer pão com backferment e os princípios da referida alimentação vegetariana, com base na antroposofia de Rudolf Steiner.
No meu restaurante e padaria Paladares de São Sebastião pus em prática muitas das receitas que agora vos sugiro!
Espero, desta forma, responder aos vários pedidos dos meus clientes e amigos para pôr no papel as receitas dos meus pratos. Dediquei um capítulo ao pão, bolos e biscoitos, com algumas das receitas produzidas no Paladares e que, em breve, vão ter disponíveis na futura Grão – Padaria Biológica Artesanal."
Ana Paula Moreira



Ano de edição: 2015
Formato: 16,7x23,5
Encadernação: capa mole com argolas
Páginas: 160 a cores
Classificação: Projectos Especiais


Pode adquirir no Consultório Rafael






15/10/15

ALIMENTAÇÃO em Idade Escolar

 "A criança que passa para o aprendizado escolar é mais solicitada pelos seus órgãos nervosos e sensoriais. Deve receber uma alimentação rica em raízes, como cenoura, beterraba, nabo, rabanete, raíz-forte e certas nozes (especialmente avelã).




 Na idade escolar podemos distinguir as crianças, de acordo com o seu temperamento, em quatro tipos fundamentais:

Criança Colérica: Fogosa, forte e dominadora, ousada até agressiva, de andar forte e compassado, que reage às oposições e é auto-suficiente. Para essas crianças a alimentação rica em folhas e talos é importante; não se deve dar aveia, e sim centeio e frutas. Também raízes, de preferência, cruas: cenoura, aipo e nabo. Deverão receber carne e leguminosas (ervilha, feijão, lentilhas) em poucas quantidades.

Criança Sanguínea: Leve, aérea, "borboleteante", distraída, esperta e ativa, em geral sem paciência para comer. Essascrianças deverão receber trigo, centeio, farinhas, fubá*, nozes, e mesmo carne para se tornarem mais ligadas à terra. Os doces devem ser evitados. As substâncias amargas são adequadas.

Criança Fleumática: Indolente, vagarosa, muitas vezes linfática, alegre e satisfeita de si e da vida, e tem muito interesse pela comida. Para essas crianças reduzimos os hidratos de carbono e as gorduras. Os temperos para elas deverão ser estimulantes e desidratantes. O leite também não é muito recomendado, mas quando dado , deve ser acidificado. Frutas ácidas e limão são muito indicadas; vegetais, principalmente raízes, e frutas (menos banana e abacate). Dos cereais podemos dar aveia e arroz temperado com curry, principalmente.

Criança Melancólica: Terrestre, muito voltada para si, de aspecto precoce, pálida e triste, com dificuldade de comunicação, "sofredora" e sonhadora. A alimentação dessa criança deverá constar de frutos doces, mel, cereais (usar bastante aveia e cevada), vegetais de folhas, frutos e flores, condimentos adequados, um pouco de carne branca, dieta mista e estimulante. Uma alimentação pesada não lhe fará bem."

*farinha de milho

"Alimentação em diferentes situações de vida e idades"  Gudrun Burkhard
 













Ex-diretor do DSM, a 'bíblia' da psiquiatria, admite: "Transformamos problemas cotidianos em transtornos mentais"

Allen Frances (Nova York, 1942) dirigiu durante anos o Manual Diagnóstico e Estatístico (DSM), documento que define e descreve as diferentes doenças mentais. Esse manual, considerado a bíblia dos psiquiatras, é revisado periodicamente para ser adaptado aos avanços do conhecimento científico. Frances dirigiu a equipe que redigiu o DSM IV, ao qual se seguiu uma quinta revisão que ampliou enormemente o número de transtornos patológicos. Em seu livro Saving Normal (inédito no Brasil), ele faz uma autocrítica e questiona o fato de a principal referência acadêmica da psiquiatria contribuir para a crescente medicalização da vida.






No livro, o senhor faz um mea culpa, mas é ainda mais duro com o trabalho de seus colegas do DSM V. Por quê?
Fomos muito conservadores e só introduzimos [no DSM IV] dois dos 94 novos transtornos mentais sugeridos. Ao acabar, nos felicitamos, convencidos de que tínhamos feito um bom trabalho. Mas o DSM IV acabou sendo um dique frágil demais para frear o impulso agressivo e diabolicamente ardiloso das empresas farmacêuticas no sentido de introduzir novas entidades patológicas. Não soubemos nos antecipar ao poder dos laboratórios de fazer médicos, pais e pacientes acreditarem que o transtorno psiquiátrico é algo muito comum e de fácil solução. O resultado foi uma inflação diagnóstica que causa muito dano, especialmente na psiquiatria infantil. Agora, a ampliação de síndromes e patologias no DSM V vai transformar a atual inflação diagnóstica em hiperinflação.
Seremos todos considerados doentes mentais?
Algo assim. Há seis anos, encontrei amigos e colegas que tinham participado da última revisão e os vi tão entusiasmados que não pude senão recorrer à ironia: vocês ampliaram tanto a lista de patologias, eu disse a eles, que eu mesmo me reconheço em muitos desses transtornos. Com frequência me esqueço das coisas, de modo que certamente tenho uma demência em estágio preliminar; de vez em quando como muito, então provavelmente tenho a síndrome do comedor compulsivo; e, como quando minha mulher morreu a tristeza durou mais de uma semana e ainda me dói, devo ter caído em uma depressão. É absurdo. Criamos um sistema de diagnóstico que transforma problemas cotidianos e normais da vida em transtornos mentais.
Com a colaboração da indústria farmacêutica...
Os laboratórios estão enganando o público, fazendo acreditar que os problemas se resolvem com comprimidos.
É óbvio. Graças àqueles que lhes permitiram fazer publicidade de seus produtos, os laboratórios estão enganando o público, fazendo acreditar que os problemas se resolvem com comprimidos. Mas não é assim. Os fármacos são necessários e muito úteis em transtornos mentais severos e persistentes, que provocam uma grande incapacidade. Mas não ajudam nos problemas cotidianos, pelo contrário: o excesso de medicação causa mais danos que benefícios. Não existe tratamento mágico contra o mal-estar.
O que propõe para frear essa tendência?
Controlar melhor a indústria e educar de novo os médicos e a sociedade, que aceita de forma muito acrítica as facilidades oferecidas para se medicar, o que está provocando além do mais a aparição de um perigosíssimo mercado clandestino de fármacos psiquiátricos. Em meu país, 30% dos estudantes universitários e 10% dos do ensino médio compram fármacos no mercado ilegal. Há um tipo de narcótico que cria muita dependência e pode dar lugar a casos de overdose e morte. Atualmente, já há mais mortes por abuso de medicamentos do que por consumo de drogas.
Em 2009, um estudo realizado na Holanda concluiu que 34% das crianças entre 5 e 15 anos eram tratadas por hiperatividade e déficit de atenção. É crível que uma em cada três crianças seja hiperativa?
Claro que não. A incidência real está em torno de 2% a 3% da população infantil e, entretanto, 11% das crianças nos EUA estão diagnosticadas como tal e, no caso dos adolescentes homens, 20%, sendo que metade é tratada com fármacos. Outro dado surpreendente: entre as crianças em tratamento, mais de 10.000 têm menos de três anos! Isso é algo selvagem, desumano. Os melhores especialistas, aqueles que honestamente ajudaram a definir a patologia, estão horrorizados. Perdeu-se o controle.
E há tanta síndrome de Asperger como indicam as estatísticas sobre tratamentos psiquiátricos?
Esse foi um dos dois novos transtornos que incorporamos no DSM IV, e em pouco tempo o diagnóstico de autismo se triplicou. O mesmo ocorreu com a hiperatividade. Calculamos que, com os novos critérios, os diagnósticos aumentariam em 15%, mas houve uma mudança brusca a partir de 1997, quando os laboratórios lançaram no mercado fármacos novos e muito caros, e além disso puderam fazer publicidade. O diagnóstico se multiplicou por 40.
A influência dos laboratórios é evidente, mas um psiquiatra dificilmente prescreverá psicoestimulantes a uma criança sem pais angustiados que corram para o seu consultório, porque a professora disse que a criança não progride adequadamente, e eles temem que ela perca oportunidades de competir na vida. Até que ponto esses fatores culturais influenciam?
Os melhores especialistas, aqueles que honestamente ajudaram a definir a patologia, estão horrorizados. Perdeu-se o controle.
Sobre isto tenho três coisas a dizer. Primeiro, não há evidência em longo prazo de que a medicação contribua para melhorar os resultados escolares. Em curto prazo, pode acalmar a criança, inclusive ajudá-la a se concentrar melhor em suas tarefas. Mas em longo prazo esses benefícios não foram demonstrados. Segundo: estamos fazendo um experimento em grande escala com essas crianças, porque não sabemos que efeitos adversos esses fármacos podem ter com o passar do tempo. Assim como não nos ocorre receitar testosterona a uma criança para que renda mais no futebol, tampouco faz sentido tentar melhorar o rendimento escolar com fármacos. Terceiro: temos de aceitar que há diferenças entre as crianças e que nem todas cabem em um molde de normalidade que tornamos cada vez mais estreito. É muito importante que os pais protejam seus filhos, mas do excesso de medicação.
Na medicalização da vida, não influi também a cultura hedonista que busca o bem-estar a qualquer preço?
Os seres humanos são criaturas muito maleáveis. Sobrevivemos há milhões de anos graças a essa capacidade de confrontar a adversidade e nos sobrepor a ela. Agora mesmo, no Iraque ou na Síria, a vida pode ser um inferno. E entretanto as pessoas lutam para sobreviver. Se vivermos imersos em uma cultura que lança mão dos comprimidos diante de qualquer problema, vai se reduzir a nossa capacidade de confrontar o estresse e também a segurança em nós mesmos. Se esse comportamento se generalizar, a sociedade inteira se debilitará frente à adversidade. Além disso, quando tratamos um processo banal como se fosse uma enfermidade, diminuímos a dignidade de quem verdadeiramente a sofre.
E ser rotulado como alguém que sofre um transtorno mental não tem consequências também?
Muitas, e de fato a cada semana recebo emails de pais cujos filhos foram diagnosticados com um transtorno mental e estão desesperados por causa do preconceito que esse rótulo acarreta. É muito fácil fazer um diagnóstico errôneo, mas muito difícil reverter os danos que isso causa. Tanto no social como pelos efeitos adversos que o tratamento pode ter. Felizmente, está crescendo uma corrente crítica em relação a essas práticas. O próximo passo é conscientizar as pessoas de que remédio demais faz mal para a saúde.
Não vai ser fácil…
Certo, mas a mudança cultural é possível. Temos um exemplo magnífico: há 25 anos, nos EUA, 65% da população fumava. Agora, são menos de 20%. É um dos maiores avanços em saúde da história recente, e foi conseguido por uma mudança cultural. As fábricas de cigarro gastavam enormes somas de dinheiro para desinformar. O mesmo que ocorre agora com certos medicamentos psiquiátricos. Custou muito deslanchar as evidências científicas sobre o tabaco, mas, quando se conseguiu, a mudança foi muito rápida.
Nos últimos anos as autoridades sanitárias tomaram medidas para reduzir a pressão dos laboratórios sobre os médicos. Mas agora se deram conta de que podem influenciar o médico gerando demandas nos pacientes.
Há estudos que demonstram que, quando um paciente pede um medicamento, há 20 vezes mais possibilidades de ele ser prescrito do que se a decisão coubesse apenas ao médico. Na Austrália, alguns laboratórios exigiam pessoas de muito boa aparência para o cargo de visitador médico, porque haviam comprovado que gente bonita entrava com mais facilidade nos consultórios. A esse ponto chegamos. Agora temos de trabalhar para obter uma mudança de atitude nas pessoas.
Em que sentido?
Que em vez de ir ao médico em busca da pílula mágica para algo tenhamos uma atitude mais precavida. Que o normal seja que o paciente interrogue o médico cada vez que este receita algo. Perguntar por que prescreve, que benefícios traz, que efeitos adversos causará, se há outras alternativas. Se o paciente mostrar uma atitude resistente, é mais provável que os fármacos receitados a ele sejam justificados.
E também será preciso mudar hábitos.
Sim, e deixe-me lhe dizer um problema que observei. É preciso mudar os hábitos de sono! Vocês sofrem com uma grave falta de sono, e isso provoca ansiedade e irritabilidade. Jantar às 22h e ir dormir à meia-noite ou à 1h fazia sentido quando vocês faziam a sesta. O cérebro elimina toxinas à noite. Quem dorme pouco tem problemas, tanto físicos como psíquicos.

El País

16/07/15

AFINAL A MANTEIGA NÃO MATA!!!!

AFINAL A MANTEIGA NÃO MATA!!!!

SAIBA PORQUÊ NESTE ARTIGO QUE SAIU NA  E A REVISTA DO EXPRESSO


Publicado na Edicão 2225
20/Junho/2015
E A Revista do Expresso

13/07/15

 

" SOMOS O QUE COMEMOS "


Célebre frase proclamada por Hipócrates, Pai da Medicina

22/06/15

O Bébé com Diarreia

 



  Regra Geral:
 ELIMINAR qualquer LEITE, GORDURA e AÇÚCAR; 
 OFERECER  MUITOS LÍQUIDOS para beber:
  •  Chá de Cominho, Funcho e Anis sem açúcar
  • Chá Preto (fraco) e Camomila sem açúcar
  • Água

 Pelo menos um ou dois dias de uma dieta rigorosa:

500g de cenouras cozidas durante pelo menos duas horas ( ou 30 minutos na panela de pressão) num litro de àgua, juntando-lhe uma colher de chá de sal, peneirar duas vezes num passador e juntar água fervida até fazer um litro.

Desta sopa oferecer 5 ou mais biberões por dia 


No ou dia:
Substituir em cada biberão, 30ml de sopa de cenoura por 30ml de água de arroz;

No ou dia:
Juntar a cada biberão uma colher de sopa de leite;

No dia seguinte:
Oferece-se os biberões com metade de leite e outra metade com a mistura de sopa de cenoura e de água de arroz;