20/07/12

"The Good Sleep Guide, for you and your Baby"



CRIE UMA DIFERENÇA CLARA ENTRE A NOITE E O DIA

Mito: os bebés não percebem a diferença entre a noite e o dia.

Segundo alguns estudos universitários, uma das melhores estratégias para a promoção do bom sono dos bebés passa por ensinar os pais a terem uma atitude diferente durante o dia e a noite. Embora seja verdade que os bebés tentam repetir à noite aquilo que fazem durante o dia, podemos facilmente ensinar-lhes a diferença. 
O ambiente: crie uma diferença entre as sestas diurnas e o sono nocturno mantendo, no primeiro caso, a luz natural do dia e, no segundo, escurecendo o quarto o mais possível. Quando amamenta à noite use o menos luz possível, nunca ligando a luz de cima. Durante a noite mantenha o ambiente silencioso e tranquilo deixando à mão tudo aquilo de que pode vir a precisar. Se possível, tente que o recém-nascido não partilhe o quarto com crianças mais velhas enquanto os seus hábitos de sono não estiverem regularizados.
Não importune o seu bebé durante a noite: quando ele já estiver bem instalado na cama, tente não estar sempre a ir ver se está tudo bem. Use um intercomunicador para ouvir se ele começar a chorar e tente não ir ao quarto se não for esse o caso.
Aprenda a distinguir o choro dos outros sons: o bebé passará por períodos de sono leve em que poderá produzir alguns sons. Não acorra a todos estes sons mas apenas ao choro verdadeiro. 
Não interaja socialmente com o bebé durante a noite: quando amamenta durante a noite tenha um comportamento diferente daquele que teria se fosse dia. Esteja calma, não fale com ele nem interaja "socialmente". Mostre-lhe que durante a noite é para dormir e que dia é para brincar. Mude a fralda apenas se for necessário e faça-o em relativo silêncio. 
Introduza um pequeno tempo de espera antes de amamentar: quando se sentir capaz, preferencialmente por volta dos 3 meses, comece a introduzir um pequeno tempo de espera entre o primeiro sinal de choro pela mama e a amamentação. Se deseja manter o mínimo choro possível pode assegurar-lhe que está presente de outras maneiras, acariciando-o ou fazendo sons tranquilizadores.


18/07/12

Os cuidados com o recém-nascido (as cólicas)

Como vestir a criança? 
Como vimos anteriormente, o importante é manter o calor e alguma contenção. A criança arrefece com facilidade. O uso de materiais sintéticos não é indicado porque ou aquece em demasia ou arrefece, fazendo suar em vez de aquecer. O uso de roupas simples de algodão ou lã parece ser pois o mais apropriado para o bebé. 

Como devo alimentar o bebé? 
O bebé deve ser naturalmente amamentado pela sua mãe. O leite materno é o alimento por excelência que permite o desenvolvimento mais harmonioso. 

Quando devo dar banho? 
O banho diário, além de retirar a camada de gordura preciosa tanto para a protecção da pele como para a manutenção de uma temperatura estável, levando o bebé a arrefecer, deverá ser evitado.  Deve dar-se banho 2 ou 3 vezes por semana, conforme a altura do ano em que a criança nasceu. Deve usar-se um bom óleo (como o de calêndula, por exemplo) para manter a pele protegida.

A criança chora, o que fazer?
Se partirmos do princípio que a criança é saudável e está num desenvolvimento sadio, o choro é uma manifestação de fome ou de desconforto. O desconforto pode dever-se a ter arrefecido, por ter a fralda molhada ou cólicas. 
As cólicas estão normalmente relacionadas com a imaturidade do aparelho digestivo, que reage à alimentação materna - é importante, nestes casos, rever a alimentação da mãe, pois certos alimentos ingeridos passam naturalmente para o leite e podem provocar alterações. Por vezes a criança ingere ar, o que depende, entre outros factores, do ambiente à volta da amamentação. Resolve-se colocando a criança para arrotar, sem esquecer que cada criança tem o seu tempo. 
Também o frio (troca lenta de fraldas ou estar vestido de forma inadequada) é um factor que desencadeia cólicas. Não nos podemos esquecer que o bebé não foi feito para seguir a moda mas sim para estar confortável. 
Nestas situações a compressa de camomila está indicada, assim como o chá de funcho e de camomila, bebidos pela mãe.

O Recém -Nascido

 "Toda a educação é auto-educação. Nós, na qualidade de professores e educadores, na realidade, apenas formamos o ambiente em que a criança se educa a si mesma. "

Rudolf Steiner 


A criança é um ser em devir – ela quer ser, ainda não é. O recém-nascido vem de um espaço contido, quente, onde os sentidos estão ainda pouco despertos e, nos seus primeiros momentos, adapta-se a novos estímulos: som/silêncio, calor/frio, fome/plenitude, sono/vigília. Assim, o que era uno torna-se dual, tendo a criança que integrar e resolver a dualidade com a presença sempre atenta dos pais. 
A presença do recém-nascido pede calma, quietude e silêncio. Mesmo as crianças mais velhas aquietam-se e falam mais baixo na presença do bebé. A criança entregou-se com toda a confiança aos pais, que tentam dar-lhe o melhor, enquanto se questionam: O que é o melhor? Aquilo que não nos foi dado enquanto crianças? Ou, pelo contrário, aquilo que os nossos pais nos deram? 
Temos dúvidas enquanto educadores, procuramos alternativas, informamo-nos, compramos livros, pesquisamos na internet… no entanto, talvez a nossa melhor orientação seja a própria criança, que nos sugere o que deve ser feito. 



Todos os nossos procedimentos devem ser capazes de responder às seguintes perguntas:
Em que ponto se situa a criança agora?
Qual será o seu próximo passo de desenvolvimento? 

Desta forma, sabemos que o recém-nascido precisa da presença da mãe, que o amamenta. Necessita de paz, quietude, estímulos sensoriais de alta qualidade (o que significa NÃO a ruídos mecânicos, incluindo música em CD e outros aparelhos, devendo antes optar-se por cantar para o bebé); NÃO a situações de agressividade emocional; estabelecimento de ritmos seguros, quer na alimentação, quer no cuidado geral, dado que estes serão a fonte de segurança no futuro. 

O calor e a contenção são também elementos importantes, uma vez que a criança veio de um ambiente contido e fechado onde a temperatura ronda os 37°. Assim, é importante, durante os primeiros tempos, manter o bebé contido, enfaixando-o ou pelo menos criando um invólucro em que a criança se possa sentir segura e quente. 

Contrariamente ao que pensamos, o bebé recém-nascido não tem maturidade neurológica para se movimentar de forma voluntária. Aquilo que achamos serem sorrisos ou exteriorizações de desejos («Ele já quer ficar de pé!» ou «Está interessado em tudo o que acontece lá fora!») nada mais são do que reflexos congénitos, a maioria dos quais desencadeados quando movimentamos a cabeça do bebé. Neste sentido, a criança deve ser manuseada em bloco, protegendo sempre a cabeça, e nunca deve ser levantada pelas axilas ou outras partes do corpo, para evitarmos ao máximo o desencadeamento desses reflexos que fazem com que as taxas de adrenalina no sangue subam, provocando stress interno.


texto Dra. Manuela Tavares foto: Nirrimi