Medicamentos Antroposóficos




MEDICAMENTOS ANTROPOSÓFICOS - O que são?

Quando alguém começa um tratamento com a medicina antroposófica, uma das primeiras perguntas que surge é: o que é um medicamento antroposófico?
Quais as diferenças em relação aos outros medicamentos?


A farmácia antroposófica começou a ser desenvolvida há cerca de 100 anos, por Rudolf Steiner, fundador da antroposofia, e Oskar Schmiedel, químico austríaco, em colaboração com médicos – especialmente Ita Wegman, fundadora da medicina antroposófica.
Os primeiros produtos medicinais antroposóficos datam de 1921, quando o primeiro laboratório farmacêutico antroposófico foi criado na Suíça, a Weleda.
Todos os medicamentos antroposóficos são obtidos da natureza, a partir de substâncias minerais, vegetais ou animais. Não há medicamento antroposófico sintético, embora o médico antroposófico recorra aos chamados medicamentos alopáticos quando necessário. Tampouco se concebe um medicamento antroposófico obtido de uma planta geneticamente modificada, ou que em seu processo de cultivo foram usados agrotóxicos, fertilizantes químicos ou herbicidas sintéticos.
A razão é simples: os processos normais ou doentios que ocorrem no organismo humano encontram na natureza algum processo correlato ou oposto. De acordo com cada caso, a medicina antroposófica indicará um medicamento para estimular no ser humano uma reacção que levará à cura ou alívio da enfermidade. O fundamental no medicamento antroposófico é que ele estimula as forças auto-curativas do organismo.



 Um medicamento antroposófico pode agir, de acordo com sua composição, de três modos:
·     estimulando um processo contrário à doença – esta é a maneira alopática de acção, por exemplo, para uma inflamação pode-se usar uma planta que estimule no organismo as suas actividades anti-inflamatórias;
·     agindo de modo igual à doença e provocando uma reacção contrária maior do organismo no sentido da cura – este é um princípio homeopático de acção: aquilo que provoca a doença também a pode curar;
·     proporcionando um modelo orientador para o órgão ou sistema doente, levando à sua atividade sadia – este princípio é exclusivo dos medicamentos antroposóficos.
Muitos medicamentos antroposóficos são dinamizados, isto é, diluídos e agitados de modo rítmico várias vezes. Esse processo farmacêutico serve para despertar na substância o seu potencial curativo, que estava como que adormecido. Mas também existem remédios feitos a partir de tinturas de plantas, extractos secos e chás, ou seja, medicamentos não dinamizados.
Há uma grande preocupação com a qualidade da substância que será usada para se fazer o medicamento antroposófico, porque se entende que a substância é a fase final de um processo. Então, o processo é tão valorizado quanto a substância em si. Alguns exemplos práticos: a calêndula é uma planta conhecida como cicatrizante e vitalizante desde a Idade Média. Além do cultivo orgânico (sem agrotóxicos ou fertilizantes químicos), para que as flores da calêndula sejam usadas num medicamento ou cosmético antroposófico, elas são colhidas nas primeiras horas da manhã, quando na natureza as forças de vitalização são mais intensas. As tenras folhas da bétula, usadas como rejuvenescedoras desde o século I, são colhidas na Primavera, justamente a época em que a natureza se rejuvenesce.
Entre um mineral natural e um derivado de uma reacção química sintética – ainda que ambos tenham a mesma composição – o mineral natural será o escolhido para compor um medicamento antroposófico justamente porque ele trará consigo todo o seu processo natural que culminou na substância.
Isto significa que existe um cuidado especial com tudo o que cerca o futuro medicamento, inclusive influências longínquas. A prata, mineral de grande aplicação terapêutica na medicina antroposófica, é dinamizada de acordo com a fase da lua, pois existe uma clara influência deste astro com o metal – já demonstrada em diversas experiências científicas.
As principais vias de administração dos medicamentos antroposóficos são a oral, a injectável subcutânea e a tópica (compressas externas de pomadas, cremes ou óleos). De acordo com o que se pretende estimular, o médico optará por uma ou outra via.


Agora você já conhece os princípios que regem os medicamentos antroposóficos. Quando receber a prescrição de seu médico antroposófico, você saberá que dentro daquele frasco, nas gotas, glóbulos, ampolas ou pomadas, existe uma parte da natureza pronta para o ajudar a recuperar ou manter a saúde, de forma harmónica, suave e profunda. Parabéns pela opção!

Laboratórios farmacêuticos antroposóficos

Quando a medicina antroposófica começou a estruturar-se, houve a necessidade de que um laboratório farmacêutico atendesse às suas exigências. Dessa forma, em 1921, Steiner e Wegman criaram a Weleda e os primeiros produtos medicinais antroposóficos começaram a ser produzidos. A sua sede estabeleceu-se em Arlesheim, Suíça.
Em 1935, o químico Rudolf Hauschka, tendo também como base os fundamentos da Antroposofia de Steiner, criou o laboratório Wala que produz medicamentos para uso injectável subcutâneo, glóbulos sublinguais e produtos de uso tópico.
Em 1971, a Abnoba foi fundada na Alemanha para produzir e comercializar especificamente preparações de Viscum album. As suas pesquisas farmacêuticas são orientadas pelo método de conhecimento científico de Goethe.
Na tentativa de melhorar a eficácia dos preparados de Viscum album, membros da Verein für Leukämie and Krebstherapie (Sociedade para o Tratamento da Leucemia e Cancro) desenvolveram em 1972 o medicamento Helixor, liderados pelos médicos Dietrich Bóie e Maria Günczler em Stuttgart, Alemanha. Como a procura foi crescendo, em 1975 foi fundado o laboratório Helixor, que atualmente também produz Helleborus niger.
Na cidade austríaca de Pörtschach, desde 1980, o laboratório Novipharm dedica-se à produção de Viscum (Isorel) a partir do trabalho de Herta, Rudolf, e Elisabeth Weiss.
No Brasil, o casal de farmacêuticos Marilda e Flávio Milanese desenvolveu a farmácia magistral Sirimim a partir de 1998, produzindo novos medicamentos antroposóficos através do éter químico. Os seus medicamentos não usam álcool, mas sim glicerina a 70% para tornar a sua assimilação mais fácil, além de glóbulos e cremes.

Dr. Nilo Gardin (adaptado)
http://abmanacional.com.br/