02/07/21

 

MEDO, CRENÇA NA AUTORIDADE E GERMES


Rudolf Steiner, 5 de Janeiro de 1911
 

 Particularmente, devemos olhar cuidadosamente o que é considerado autoritário ao longo dos tempos. Se não tivermos uma abordagem espiritual, podemos errar muito nesta área. Isto é especialmente verdade numa área particular da cultura: a área da Medicina Materialista. Neste caso, reconhecemos quão normativo é ver um reino autoritário que exerce controle e cada vez mais invoca direitos de uma forma que se torna cada vez mais terrível, mesmo comparando-a com o poder de autoridade dos tempos “obscuros” da Idade Média.

       Já lá chegámos e ficará cada vez mais forte. Quando as pessoa fazem tanta troça dos fantasmas e superstições medievais, podemos dizer: Sim, mas de facto houve alguma mudança? Será que o medo dos fantasmas diminuiu? As pessoas não têm mais medo de fantasmas do que tinham outrora? É muito mais terrível do que se julga, o que se passa na alma humana. Se pensarmos que existe uma horda de 60.000 germes na palma da mão. Na América estimou-se quantos destes germes existem num único bigode masculino. Podemos afirmar que os fantasmas da Idade Média eram pelo menos fantasmas decentes. Os fantasmas de hoje, os germes, são demasiado pequenos, demasiado ineficientes enquanto fantasmas para justificarem tanto medo. E o medo está apenas a começar e leva as pessoas, especialmente quando envolve a saúde, a cair numa crença na autoridade que é terrível.

 

Extraído do vol. N.º 127 das suas Obras Completas in  “Viral Illness and Epidemics in the Work of Rudolf Steiner - edited and translated by Daniel Hindes", Aelzian Books